A Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul, a Associação Cultural Miseri Coloni e a Secretaria Municipal da Cultura oficializaram, na tarde desta quarta-feira (10), o início da primeira etapa das obras de restauro do Monumento Nacional ao Imigrante — um dos mais emblemáticos símbolos da memória migratória brasileira. A cerimônia contou com representantes da Miseri Coloni, patrocinadores e autoridades municipais, entre elas o vice-prefeito Édson Néspolo, a secretária municipal da Cultura Tatiane Frizzo, a secretária-adjunta Cristina Nora Calcagnotto, o secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico Felipe Gremelmaier e o secretário adjunto de Planejamento, Antônio Feldmann. Durante o ato, foi assinado o contrato que autoriza a execução dos serviços.
Inaugurado em 1954 e tombado como patrimônio histórico de Caxias do Sul, o Monumento reúne esculturas de Antônio Caringi, um obelisco com relevos sobre a trajetória dos imigrantes e uma cripta museológica dedicada à diversidade étnica e ao protagonismo feminino. Após décadas exposto às intempéries, o conjunto apresenta danos estruturais importantes, como infiltrações, salinização dos mármores internos, deformações no piso de basalto, deterioração de lajes e problemas provocados pela umidade.
A partir de segunda-feira, 15 de dezembro, o espaço será fechado ao público para organização interna do acervo. As obras começam em janeiro, com previsão de conclusão no segundo semestre de 2026. Uma segunda etapa, voltada à restauração da estrutura interna, está prevista para ser lançada no próximo ano.
Depoimentos
A presidente da Associação Cultural Miseri Coloni, Magali Quadros, destacou o significado simbólico do local:
“Mais do que um cartão postal, este monumento é um símbolo maior de Caxias do Sul. Um espaço de memória, reflexão e conexão com a nossa história. Restaurá-lo é um gesto de respeito ao passado e ao futuro que queremos construir.”
A secretária municipal da Cultura, Tatiane Frizzo, enfatizou o impacto positivo da intervenção:
“Sabemos da importância desse espaço para a comunidade, mas também sabemos que, quando reabrirmos, será um dia de celebração. Os investimentos garantirão mais segurança, acessibilidade, conforto e bem-estar aos visitantes. No ano dos 150 anos da imigração italiana, reafirmamos o compromisso com as gerações que virão, para que conheçam a história de quem veio antes de nós. Somos frutos de um sonho imigrante.”
O vice-prefeito Édson Néspolo também reforçou o valor histórico e turístico do monumento:
“Quando há parcerias sérias e comprometidas, tudo se encaminha com tranquilidade. Este será um espaço de lazer, de contação de histórias, de valorização da nossa imigração. As pessoas virão aqui para se reconhecer e reencontrar a nossa história, que já se revela no simples ato de entrar neste espaço.”
O que será executado nesta primeira etapa
Conforme o projeto arquitetônico e de engenharia, esta fase inclui:
• Execução de galeria de ventilação e drenagem, permitindo o correto escoamento de águas pluviais e a ventilação das alvenarias da cripta, essencial para o combate à umidade.
• Construção da base estrutural que, na etapa seguinte, receberá um elevador de acessibilidade.
• Remoção e reassentamento das pedras de basalto originais para implantação de um novo sistema de impermeabilização, mantendo materiais e traçado históricos.
• Restauração do sistema original de ventilação das claraboias, favorecendo a conservação preventiva do ambiente museológico.
• Ações educativas e culturais, incluindo concurso cultural com visita guiada, 15 sessões teatrais alusivas aos 150 anos da imigração italiana e acesso gratuito do público ao Monumento e às atividades.
Investimento e equipe técnica
A primeira etapa foi aprovada no Pró-Cultura RS (LIC) e conta com investimento total de R$ 1.987.225,65, mais contrapartida de R$ 872.024,29 da Prefeitura de Caxias do Sul, somando R$ 2.859.249,94 — valor destinado exclusivamente à execução desta fase, sem incluir recursos das etapas posteriores.
O projeto cultural e arquitetônico foi doado pelo Programa Cultura Melhor, Sociedade Melhor, da Secretaria Municipal da Cultura, pela Fundação Marcopolo, Gelson Castellan, José Antonio Fernandes Martins e Randoncorp. As obras contam com patrocínio de Florense, Intermach, Malharia Anselmi e Vêneto Transportes, além do apoio institucional da Prefeitura.
A execução envolve uma equipe técnica formada por Cristina Seibert Schneider (gestão cultural), Anderson Miguel Cristi (contabilidade), Leila Schneider (arquitetura), Maria Eduarda Kaepery (marketing e comunicação) e Paulo Walter da Luz (engenheiro civil responsável). A realização é da Associação Cultural Miseri Coloni.