Na ONU, Lula acusa Israel de “genocídio e limpeza étnica” em Gaza
Por Administrador
Publicado em 23/09/2025 11:19
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas a Israel durante discurso na sede das Nações Unidas, em Nova York, nesta segunda-feira (22). Na Conferência Internacional de Alto Nível para a Solução Pacífica da Questão da Palestina, ele afirmou que a comunidade internacional precisa agir para garantir a criação efetiva do Estado Palestino.

Segundo Lula, há um “genocídio” e uma “limpeza étnica” em curso na Faixa de Gaza, com ataques que, segundo ele, têm como objetivo impedir a consolidação da soberania palestina. “Um Estado se assenta sobre três pilares: território, população e governo. Todos têm sido sistematicamente solapados no caso palestino”, declarou.

A conferência foi convocada pela França e pela Arábia Saudita e presidida pelo francês Emmanuel Macron, que anunciou o reconhecimento oficial da Palestina pelo país. No domingo (21), Reino Unido, Portugal, Austrália e Canadá também reconheceram o Estado Palestino, ampliando a pressão internacional sobre Israel. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, participou por videoconferência.

Lula afirmou ainda que o conflito expõe a incapacidade do Conselho de Segurança da ONU em impedir guerras e crises humanitárias. Ele reforçou a condenação aos atos do Hamas, mas criticou a resposta de Israel:

“O direito de defesa não autoriza a matança indiscriminada de civis. Nada justifica tirar a vida ou mutilar mais de 50 mil crianças, nem destruir 90% dos lares palestinos.”

O presidente também anunciou medidas do Brasil, como o reforço no controle da importação de produtos de assentamentos israelenses na Cisjordânia e a manutenção da suspensão de exportações de materiais de defesa que possam ser usados em Gaza. Ele sugeriu ainda a criação de um comitê semelhante ao que, nos anos 1990, ajudou a combater o apartheid na África do Sul.

Apesar da crescente pressão internacional, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu rejeitou qualquer possibilidade de reconhecer a soberania palestina. Em resposta ao anúncio de países que passaram a reconhecer o Estado Palestino, ele declarou:

“Vocês estão dando uma enorme recompensa ao terrorismo. Nenhum Estado Palestino será estabelecido a oeste do Rio Jordão.”

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