ecisão inédita entre países do G7; França pode seguir o mesmo caminho na ONU
O Reino Unido anunciou neste domingo (21) o reconhecimento do Estado da Palestina, após Israel não cumprir condições como a implementação de um cessar-fogo na guerra em Gaza, que já dura quase dois anos. O primeiro-ministro Keir Starmer declarou que a medida busca “reavivar a esperança de paz” e reafirmar o compromisso com a solução de dois Estados.
Canadá e Austrália também oficializaram o reconhecimento no mesmo dia, e a França deve anunciar decisão semelhante durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Trata-se de um movimento inédito entre países do G7, que agora se somam a mais de 140 nações — incluindo o Brasil — que já reconhecem a Palestina.
A decisão britânica tem forte peso simbólico, já que o Reino Unido desempenhou papel central na criação do Estado de Israel após a Segunda Guerra Mundial e foi um aliado histórico do país. Em julho, Londres havia emitido um ultimato a Israel, condicionando o reconhecimento palestino ao cumprimento de medidas como cessar-fogo com o Hamas, maior entrada de ajuda humanitária em Gaza, renúncia à anexação da Cisjordânia e retomada de negociações de paz.
Segundo o chefe da Missão Palestina em Londres, Husam Zomlot, o gesto representa “um reconhecimento há muito esperado” e “um passo irreversível em direção à justiça, à paz e à correção de erros históricos”.
Apesar do anúncio, autoridades britânicas reconhecem que o cenário é desafiador. “Um cessar-fogo neste momento está em frangalhos, e as perspectivas são sombrias”, afirmou o vice-primeiro-ministro David Lammy, destacando que Israel avançou em planos de assentamento na Cisjordânia.
Starmer também enfrenta pressão dentro do próprio Parlamento, diante do aumento do número de mortos em Gaza e das imagens de crise humanitária que circulam pelo mundo.