A economia do Rio Grande do Sul registrou crescimento de 1,3% no primeiro trimestre de 2025, em comparação aos últimos três meses de 2024. O desempenho acompanha de perto o avanço da economia brasileira, que teve alta de 1,4% no mesmo período. O destaque foi o setor agropecuário, com crescimento expressivo de 27,3%.
Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), ligado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), a indústria gaúcha apresentou leve alta de 0,2%, enquanto o setor de serviços teve retração de 0,2%.
No acumulado de 12 meses, o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado cresceu 1,8%, abaixo da média nacional, que avançou 2,9%. Nesse período, o setor agropecuário gaúcho cresceu 6,3%, os serviços subiram 2,6% e a indústria recuou 1,0%. Essa queda foi puxada principalmente pelo desempenho negativo de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana, com retração de 19,5%.
Apesar disso, outros segmentos da indústria apresentaram desempenho positivo: a indústria extrativa mineral cresceu 3,4%, a construção civil, 4,1%, e a indústria de transformação, 1,1%. Dentro desta última, os principais destaques foram produtos minerais não metálicos (7,7%), máquinas e equipamentos (6,4%), produtos de borracha e plástico (5,4%) e celulose e papel (4,9%).
A expansão agropecuária foi impulsionada pelo aumento na produção de uva (36,0%), fumo (18,0%), arroz (14,0%) e milho (6,0%). A exceção ficou por conta da soja, cuja produção caiu 37,0%.
Já no setor de serviços, houve avanço de 2,6% no acumulado de 12 meses, com crescimento em quase todas as atividades. As principais altas ocorreram em comércio (6,0%), transporte, armazenagem e correio (4,7%), intermediação financeira e seguros (4,5%) e outros serviços (2,2%). As únicas retrações foram registradas em administração pública, educação e saúde públicas (-0,7%).
No comércio, oito das dez atividades analisadas apresentaram alta. Os destaques foram: materiais de construção (13,6%), combustíveis e lubrificantes (7,3%), veículos (6,2%) e supermercados, alimentos e bebidas (4,8%). Já as quedas foram observadas nos segmentos de informática e comunicação (-8,5%) e livros, jornais e papelaria (-5,2%).
Para o pesquisador Martinho Lazzari, o desempenho da indústria de transformação é um sinal positivo. “Este é o terceiro trimestre consecutivo de crescimento, com destaque para o setor de máquinas e equipamentos, que voltou a apresentar resultados positivos após dois anos em queda", afirmou. Já o comércio, apesar da retração na margem, ainda opera em níveis superiores aos do mesmo período de 2024.
Considerando os quatro trimestres encerrados em março deste ano, a economia gaúcha acumula crescimento de 3,7%, ligeiramente acima do desempenho do PIB nacional, que teve alta de 3,5%.